Lembro-me que antigamente não existiam muitas instituições que oferecessem cursos de pós graduação ou até graduação, como há nos dias de hoje.

É com alta frequência que acontece de ligarmos a televisão e sermos bombardeados com propagandas sobre universidades, que oferecem curso a um preço realmente muito atraente e acessível à população que, se fosse nos tempos de antigamente, só poderia cursar uma universidade se estudassem muito e se conseguissem aprovação em universidades públicas. Há até cursos de graduação e pós-graduação à distância.

Não estou dizendo que esse fato do barateamento dos cursos em universidades privadas é ruim para o país. Pelo contrário, é ótimo. Porém há uma consequência ruim que já é perceptível no mercado de trabalho: a qualidade dos cursos.

Conversando com alguns parceiros que atuam comigo na área em que eu atuo, percebemos como os alunos recém formados se jogam no mercado de trabalho com cada vez menos conhecimento sobre assuntos considerados básicos para atuar como profissionais. Matérias e conhecimentos que os recém formados deveriam ter aprendido na universidade, nem sequer sabem do que estamos falando.

Um exemplo nítido do déficit de qualidade, comparados com antigamente, é a redução do tempo, de 4 para 2 anos, com o rótulo de tecnólogo. Porém a lei afirma que é um curso de nível superior. Então, podemos perceber que uma pessoa hoje em dia consegue se formar em curso de nível superior em apenas 2 anos, quando antigamente só existia bacharelado e geralmente eram 4 anos de curso. Não se absorve o mesmo nível de conhecimento, se comparado o tempo de duração dos dois exemplos, aqui citados.

Os empresários, donos de universidades privadas, viram que existe um mercado potencialmente lucrativo na área de educação privada no Brasil. E dentro da lei e das normas governamentais, criaram seus cursos de curta duração, cursos à distância, com professores sem preparo e experiência para passar o conhecimento que o título desse nível exige.

Com esse cenário, o que vemos é que essas instituições 'jogam' no mercado, anualmente, centenas de recém formados sem o básico para iniciar em uma profissão. Muitos deles não têm nem a capacidade de escrever um texto com a correta estrutura, com as palavras certas, acentuadas e frases corretas.

Com a pós-graduação, acontece o mesmo. E muitos se formam apoiados em alguns motivos, tais como não ficar para trás com relação aos seus concorrentes no mercado de trabalho, salvando assim seu emprego, ou mesmo porque o preço do curso está muito barato. E ainda é possível parcelar em vários meses e, dessa forma, são deixados de lado a qualidade do curso e até o interesse dos próprios alunos em comprar um curso, que realmente dê condições para atuação na área pretendida.

Para finalizar, penso que devemos analisar melhor os rumos da educação no nosso país.

 

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