Segredo de uma redação

Segredo de uma redação

O grande segredo de uma redação

Da redação - UOL Educação - 21/08/2014 - São Paulo, SP

 

A importância de saber ler e escrever nos é revelada antes mesmo de começarmos a ser alfabetizados e nos é intrínseca, já que desde muito cedo brincamos com a linguagem por meio de lápis, caneta, papel, revistas, livros e, com o advento tecnológico, com celulares, computadores e tablets. A linguagem e as línguas fazem parte da nossa evolução como espécie.

A escrita passa a ser vista pelos, agora, candidatos ao Enem e às demais provas, como obrigação, assim como as demais disciplinas escolares. A impressão que se tem é que devemos escrever adequadamente apenas um tipo textual – a dissertação-argumentativa, já que ela é a maior exigência em exames de produção de texto, como se só existisse este tipo e não os inúmeros gêneros que circulam nas mais variadas esferas sociais – para obtermos a nota mínima para conseguirmos a tão sonhada vaga no curso universitário desejado. E isso é errado.

Obviamente, devemos levar em conta que cada indivíduo possui habilidades e preferências diferentes: uns se saem melhor nas exatas, outros nas biológicas e outros nas humanas e, ainda, há aqueles que se saem bem em todas as áreas. O problema de sair-se mal em produção de texto e em leitura, por exemplo, são as consequências para toda a vida, já que nos comunicamos oralmente e por escrito no ambiente de trabalho, na esfera íntima, na academia… ou seja, em todos os segmentos.

Os alunos que possuem dificuldades em escrever e não têm isto como um hábito, ao se depararem com a pressão da escola e/ou com a necessidade de “passarem” em um Enem ou em um outro vestibular, por exemplo, ficam desesperados em busca de uma receita perfeita – ou, quem sabe, mágica – para escrever um texto. Mas esta receita não existe.

Há, apenas, um grande truque, um segredo para escrever bem e para terminar de escrever um trabalho escolar, uma dissertação de mestrado, uma tese de doutorado ou qualquer outro tipo ou gênero: escrever.

A escrita deve ser parte integrante da rotina de um estudante que está se preparando para prestar o Enem ou um outro vestibular e não apenas em relação aos estudos da Língua Portuguesa e da redação; as demais disciplinas devem ser estudadas através da escrita por meio da produção de rascunhos, resumos, relatórios, projetos, resenhas, respostas dissertativas, dentre outros.

Todos que lidam, em seu dia a dia, diretamente com a escrita devem se programar e organizar suas rotinas para escrever. Os candidatos ao Enem e aos vestibulares, por exemplo, em relação à redação, devem realizar suas leituras, discussões e pesquisas antes de fazerem as propostas. Após esta primeira parte é o momento de escrever.

Sentem-se, de maneira confortável, em uma cadeira, de frente para uma mesa, em um cômodo agradável e quieto, sem distrações como internet, celulares, televisão, rádio etc. Disponham-se a cumprir a proposta de redação de dois modos, alternadamente: sem preocupar-se com o tempo e controlando-o, como se fosse, realmente, o dia da prova.

Estudantes e candidatos devem se comprometer a escrever todos os dias e, pensando em redação, a fazer, pelo menos, uma proposta por semana. Este é o mínimo. Caso seja possível escrever mais de uma redação por semana, perfeito!

Nossa sua dica é escrever, do mesmo modo, maus dias para, inclusive, aprendermos a lidar com as nossas frustrações e dificuldades.

Nesta parte do processo, os rascunhos e as revisões são importantíssimos. Autores consagrados como Guimarães Rosa dedicavam grande parte de seu tempo à revisão de seus livros e devemos fazer o mesmo com as nossas redações reescrevendo-as até elas ficarem do modo como queremos.




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