Big Data na Educação

Big Data na Educação

 

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Dados são essenciais para se conhecer o mundo. Não há dúvidas quanto a isso. A pesquisa, a leitura, a troca de informações, a análise de dados, a criticidade e todos os elementos associados ao processo de leitura do mundo relacionam-se ao acesso que temos ao que há no mundo e que pode, de algum modo ser racionalizado, colocado em palavras, transformado em números ou qualquer tipo de simbologia criada pelos seres humanos a fim de decodificar o que está ao seu redor. 

O surgimento e aperfeiçoamento dos sistemas computacionais e o advento e melhoria constante da internet, a rede mundial de computadores, têm permitido a humanidade ir além neste processo de coleta de dados. O que temos hoje é conhecido como Big Data e o “storage” ou armazenamento de informações sobre tudo e todos é prática regular, alimentada pelos próprios usuários de computadores, tablets e smartphones a partir do momento em que digitam um número de telefone, enviam um SMS, entram numa rede social, postam em um site ou blog, enviam um vídeo ou uma imagem.

Adicione-se a isso o fato de que instituições as mais diversas possíveis, relacionadas ao comércio, a governos, a indústria ou a que segmento de interesse for, estão captando seus dados e, uma vez inseridos num Big Data sobre você, estão decodificando-o, tornando-se capazes de saber onde está, o que faz, o que lê, com quem se relaciona, onde estudou, em que empresa trabalha e, de certo modo, até mesmo como pensa.

Isso pode ser bom ou ruim, é claro, uma vez que nossa privacidade, seja por nossa própria conta e risco, ao inserirmos dados desmesurada e descontroladamente na web, nos expõe a riscos que nem imaginamos, ou então, por outro lado, pode ser interessante se analisarmos que com os dados relativos ao nosso perfil, é possível cuidar melhor de nossa saúde, educação, carreira…

No que tange a educação, especificamente, a corrida que está em pleno curso refere-se a busca e processamento dos dados de cada aluno quanto ao seu rendimento, notas, leituras, vídeos assistidos, horas dedicadas ao estudo e todos os referenciais que de algum modo indiquem quem é este estudante, porque vai muito bem ou muito mal nos estudos, quais são suas perspectivas futuras quanto a educação, carreira e vida…

A ideia que se estabeleceu é a de que, com base nos dados é possível reverter quadros crônicos quanto aos estudos, ou seja, ajudar alunos que tem rendimento baixo a melhorar não apenas as notas, mas a aprender a estudar, ter mais foco, dedicar-se mais, ter metas plausíveis e, até mesmo, identificar eventuais dificuldades de aprendizagem neles presentes.

Outra meta é a de oferecer referenciais para estudo que sejam adequados a seus padrões e ritmo, o que, melhor dizendo, significa oferecer os conteúdos em mídias diferentes, que se adequem melhor a sua capacidade e condição de leitura de mundo. Há estudantes que aprendem mais vendo vídeos sobre um determinado tema, outros são mais afeitos a leitura de textos, há aqueles que entendem melhor vendo uma simulação ou animação…

Ao mapear os alunos, o que se pretende, com o Big Data educacional é melhorar o rendimento ou tornar ainda mais preparados aqueles que já se destacam, oferecendo a eles recursos e meios para que se aprofundem e se tornem, futuramente, os líderes que irão criar referências e atuar em diferentes campos para compor as melhorias da medicina, da educação, da política, das artes, da ciência…

Os algoritmos ainda não foram completamente descobertos a ponto de indicar todos os parâmetros, caminhos e recursos indicados para cada estudante. Isso não aconteceu da forma como se espera até o presente momento, seja no Brasil ou em qualquer país do mundo, a fórmula mágica está sendo perseguida por pesquisadores aqui e alhures, no entanto, ainda está faltando. De qualquer modo, com o que já está presente no mercado, já é possível criar alternativas viáveis para um melhor desempenho dos estudantes, para se compor aulas mais interessantes e instigantes e para, certamente, dinamizar desta forma, a escola, a fim de que se torne mais próxima daquilo que dela se espera, tanto para os alunos como para toda a sociedade.

E quando virão os algoritmos inteligentes, capazes de indicar os melhores rumos para a vida destes estudantes com baixa ou nenhuma margem de erro? Provavelmente num futuro muito breve, mais rapidamente do que esperamos, ainda que isso seja algo de bom mas algo que deve ser sempre utilizado com o apoio do olhar e da inteligência humanas a referenciar e analisar os dados numa constante ação de interpretação para que o melhor possa, de fato, acontecer para cada indivíduo e toda a sociedade.

Por João Luís de Almeida Machado

http://pensarecausar.wordpress.com/2014/02/03/big-data-na-educacao/




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