A escola como síntese da justiça social

A escola como síntese da justiça social

Uma das mais importantes funções da escola é interagir e articular-se com as práticas sociais, e ao mesmo tempo, relacionar-se ao mundo econômico, político, cultural, e, ser uma fortaleza contra a exclusão social.

Gradualmente a escola deve tornar-se uma síntese entre a cultura experimentada e vivenciada no cotidiano, nas relações entre os pares, nos meios de comunicação, na família, no trabalho, enfim em todas as instituições que educam de maneira informal, e a cultura formal de conhecimentos sistematizados, cujo cerne está na escolarização (processo dentro de uma escola).

O professor tem aí seu espaço, com o papel fundamental de introduzir os alunos nos aspectos significativos da cultura e da ciência, como facilitador do conhecimento e mediador das ações interacionais. A importância da aprendizagem escolar encontra-se no subsídio pedagógico do professor, onde os alunos se apóiam para tomar conhecimento e formar idéias próprias sobre as informações que recebem provenientes da televisão, do jornal, dos vídeos, do computador, da cultura paralela ou extra-escolar. Assim, com o auxílio do professor se abastecem de ferramentas conceituais para analisarem a informação criticamente e atribuírem um significado pessoal e social. É nesse momento que, a escola fará a síntese entre a cultura formal (dos conhecimentos sistematizados) e a cultura vivenciada no cotidiano.

Essa escola deverá preparar-se para a sociedade tecnológica e informacional, implicando saber tomar decisões, interpretar e entender informações, ter caráter de pesquisa, saber trabalhar no coletivo, interferindo criticamente na realidade e transformando-a, preparando para a cidadania crítica.

O aluno, desta sociedade globalizante deve tornar-se um sujeito pensante (capacidades cognitivas, sociais e afetivas), visando ao desenvolvimento do refletir, de maneira que aprenda a construir e reconstruir conceitos, habilidades, atitudes, valores para resolver problemas, dilemas e circunstâncias da realidade.

Como não poderíamos deixar de citar o desenvolvimento integral dos educandos, o ensino/aprendizagem deve respeitar as individualidades, compreendendo que cada ser é único e auxiliando a se prepararem para serem sujeitos de sua história, praticando o respeito consigo mesmo. A escola da era da globalização, tecnologia e informação deve preparar o educando para intervir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas para integrar-se ao mercado de trabalho. Esse aluno deverá ter o perfil do cidadão engajado na luta pela justiça social, pela solidariedade humana e para o exercício da cidadania compromissada com o bem comum, abrangendo questões raciais, das minorias culturais, da violência, do meio ambiente, das formas de exclusão social e, das formas de exploração do trabalho humano que ainda acontecem na sociedade capitalista.

O fortalecimento das lutas sociais e a vitória da cidadania dependem de uma abrangência, cada vez maior, de pessoas que possam tomar parte das decisões fundamentais que dizem respeito aos interesses individuais e coletivos. Aceitar sem discriminação a diversidade é o primeiro identificador para a luta pelos direitos humanos. É referência fundamental de mudança de mentalidade, de modificação da configuração do pensar, de sentir, de conduta em relação às outras pessoas e diferentes culturas e contra a exclusão social.

Ref: Libâneo, José Carlos

Por Amélia Hamze
Colunista Brasil Escola

http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/a-escola-como-sintese-justica-social.htm 




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